07 setembro 2010

Adverso? Será?

Estava eu fazendo minhas reflexões e comecei a buscar coisas que pudessem exemplificar os meus pensamentos do dia.
Alguém se recorda BEM das aulas de química? Eu não! Ou melhor, das aulas eu acho que lembro bem sim, da matéria que nem tanto mais.
Pois bem. Hoje eu acabei recordando um pouco ao fazer essas comparações... mas não fui muito a fundo não, caaalma... fiquei bem nas preliminares mesmo!
Se liga...

Vamos pensar num balde de gelos prestes a virar um balde de água no seu estado líquido: seu primeiro estágio é sólido e para se tornar uma matéria fluida terá de ser submetida a fatores que influenciem na sua mudança. Certo. E esse processo? E o passo a passo, hein?


"Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves..."
(Mário Quintana)



Pois é, comecei a misturar tudo...
Mas então, voltando ao processo!
Aumentemos a temperatura para que a fusão ocorra. Eis que tudo começa: a transformação, os impactos dos fatores que determinam tais mudanças, as adaptações, o novo, as regularidades, as irregularidades... e por aí vai. Agora, de uma forma definida, onde não se encaixa em qualquer local, passa a ter forma indefinida, se adaptando de acordo com o espaço, mas mantendo seu volume.


"Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora."
(Fernando Pessoa)



Não relatei como gostaria esse processo, mas a questão é... os fatores externos sempre influenciam (no caso da água, rs). Sejam para as mudanças ocorrerem, como para suas adaptações.

Como isso exemplifica um pensamento?
Pense comigo: vivemos de experiências (externas) que nos tornam quem somos, que nos amadurecem, nos fazem regredir, querer e desquerer, acreditar e desacreditar, mudar, melhorar, piorar, nos adaptar, não se adaptar... e assim vamos nos tornando algo... em alguns momentos estamos sólidos e regulares como um cubo de gelo, outros estamos sujeitos a altas temperaturas e nos tornando fluidos, sem forma exata. São esses processos, a fusão e o inverso - solidificação, que exemplificam meus pensamentos e não os estados da matéria
. Até já pensei em outro exemplo que mostra bem meus pensamentos e me aproximam dos efeitos adversos: as fases da lua.


"Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu..."

(Cecília Meirelles)



Achou confuso? ("Nada para ser entendido... apenas pra conhecer ou confundir mais ainda!")
Que nada. Não tem nada de confuso.
Talvez não se encaixe à definição de que taurinos sejam pragmáticos, embora até sejam sim, mas não com as palavras e "exposições"... não sou objetiva no que escrevo, no que diz respeito ao meu "eu", mas ainda assim não há muito mistério também.


É isso, cada hora um novo pensamento, uma nova influência, uma nova forma... daqui a pouco voltamos ao estado anterior, depois uma nova fusão...
e solidifica de novo...
fusão...

...

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