Existem coisas que os olhos não podem enxergar, que nada é capaz de compreender, nem mesmo o coração - aquele que dizem não precisar de olhos para ver além, talvez essa seja a razão para tanta tolerância com os teus próximos, com os problemas deles que se tornaram teus também e o esquecimento de você mesmo, em você. Simplesmente não há acesso ao que te conduz, o conhecido sobre ele não existe mais, são como estrelas que sequer sabemos da existência e que ainda assim brilham em algum lugar desconhecido.
Tudo isso, conhecido e desconhecido, te faz pulsar, te deixa feliz e triste, muito, faz você se encontrar e se perder, e esquecer de si muito mais do que esquecer daquilo que, só às vezes, deveria tentar não lembrar. Mas quem disse que isso é tarefa para outra pessoa?
Boom! Explosão! Quando essa súbita manifestação chega? Não se sabe, não marca hora, é repentino, mesmo com muita pólvora. Às vezes, quando você pensa que o estrondo está vindo, percebe que o que chegou primeiro tomou conta e nem para explodir há coragem, ou medo. Você já está inerte, não é o derrotado e nem o vencedor, é o absorvente da atmosfera.
E assim voltamos à visibilidade perdida. Nem mesmo colocar para fora se consegue, mostrar-se fraco, tão cansado quanto. Jogar a toalha? Muitas vezes passa por tua cabeça e os momentos difíceis se destacam tanto que parecem dominar todo o resto que é imensamente lindo, que preenche muito mais e é silencioso, tímido, mas que toma conta quando não se cala.
Mesmo que algo esteja te cobrindo, te inflamando, você nunca deixou de estar, de ser e de querer, até quando errou, quando só lembrou e não se lembraram, quando contribuiu e não retribuiram, quando considerou e não consideraram, quando foi um motor para dois barcos. E você sabe, tudo isso é apenas para reforçar quem você é, se lembrar da tua essência que nunca esteve escondida, apenas calada por tua própria boca e agora dita e ouvida, por você, mesmo que só nestes minutos que já estão acabando.
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