21 novembro 2011

Estrela Solitária

A segunda-feira chegou e tudo "volta ao normal". É bem estranho, soa estranho, mas é por aí.
Cá estou eu com o computador ligado, após fazer o cabelo e ter assistido o Fantástico. Como consigo? Chego a ter um certo enjoo ao parar de teclar por alguns segundos e refletir (de novo) sobre esta pergunta que eu mesma me faço no papel de 2ª pessoa e, também, ao pensar sobre a ausência, a mesma que citei na postagem anterior, mas que agora é concreta.
E ausência é concreta, Ana Paula? É sim, mais uma que agora é.
Mas nós conseguimos seguir, do contrário, atolaríamos.

Tantos sentimentos, tantas instintos e tantas reflexões nesse fim de semana. Poderia dizer "ah, para variar", mas dessa vez a motivação para tanto foi inevitável. Não dá para listá-los, mas alguns quero deixar aqui, guardado, bem como dedico este espaço. Um reservatório.

Está no dicionário, ignorância: s.f. Falta geral de conhecimento, de saber, de instrução. Estado de quem ignora. Falta de conhecimento de um objeto determinado: ignorância da lei.
Ok. Mas, À PARTIR de agora, uma pessoa ignorante não é somente aquela que se enquadra no significado do aurélio ou de qualquer outro "pai dos burros", não para mim. Ou melhor, continua sendo, é claro, mas aquele que é dotado de conhecimento não deixará de ser um ignorante se for insensível. E não me refiro à ignorância estúpida, à grosseria, me refiro à ignorância ao lidar com o problema do próximo. Por mais que se tenha conhecimento sobre o assunto, saber lidar com o fato e não saber lidar com a pessoa que passa por ele é ser ignorante também e não há ninguém que me convença do contrário, não agora.
Diante dessa "definição" que atribuo a uma característica que todos nós já tivemos em algum momento, concluo que há muito mais ignorantes entre nós do que seus prévios perfis demonstram.
Instrução demais perde seu valor à partir do momento que a sensibilidade se mostra desconhecida.
Apenas uma das minhas reflexões nos últimos dias.

Instinto. Nossa, acho que isso eu trabalhei a semana inteira!
Qual instinto? O protetor. Simplesmente me fiz de escudo, de maneira discreta, mas me fiz.
Acho que a reflexão citada acima já dá uma noção do que se trata...
A protegi o tempo inteiro, a defendi e, mostrando a minha presença, indiretamente fui o reflexo de sua dedicação durante os últimos 26 anos.
Embora eu já tenha reclamado algumas vezes do papel que tive que assumir, me orgulho demais em poder fazê-lo, pois o amor que me compreende é que me sustenta. Obrigada por ser a pessoa mais importante e mais fundamental para a minha existência, mãe.

Há algum tempo não me via ansiosa e ontem foi assim. Foi ele chegar e eu deixar as lágrimas escorrerem, coisa que ainda não havia acontecido desde a notícia que tornou nossas vidas mais vazias de agora em diante. Dia desses eu postava que não falava com meu pai há algum tempo e foi preciso uma perda para a reaproximação. Tantos sentimentos juntos naquele momento que não deu para controlar e foi então que, antes notada pela "rigidez", fui notada pelo brando. Continuo com saudades, mas o muro se tornou visível e está sendo derrubado.

Nossas aparências enganam, e como enganam. Falo por mim, pois demonstro ser a pessoa mais fechada do mundo e não sou. Posso dizer que minha vida é um livro aberto, mas um livro mesmo, pois precisa ser lido para conhecê-lo, não há áudio disponível, menos ainda vídeo. Mas é gratuito, basta ter iniciativa. Não precisa nem pedir permissão, pois se não for seu estilo não abrirá-lo, tenho certeza. Até porque não se trata de uma história muito interessante, apenas de estilo próprio, cheio de capítulos chatos, confusos, bestas e exigentes, que gera alguns conflitos, de capa dura e sem graça, mas que as páginas estão escritas à lápis, umas mais difíceis de usar a borracha, outras que nunca serão apagadas, mas passíveis de adaptações. Um livro único, como todos são.

Um capítulo deste livro teve fim nesse fim de semana e isso me deixa sem voz.
Enquanto fazia meu cabelo e a vida seguia, minha mente não parava de pensar no final de semana triste que ficava para trás.
Exatamente há uma semana atrás ele entrava pela cozinha aqui de casa, vestindo uma camiseta do Palmeiras, perguntava pela esposa (?) do meu irmão, me chamava de "minha filha", reclamava de dores, conversava com sua irmã e agora não está mais entre nós.
Apesar de um diagnóstico errado, seu quadro era gravíssimo, mas mesmo assim havia uma esperança dentro de mim que nem eu sei explicar, acho que a esperança era do melhor para ele e acho que as coisas se deram como deveriam.
Sentirei sua falta, de te encontrar na pracinha enquanto batia papo com as melhores amigas que eu poderia ter, até de te ver com o cigarro na mão e tossindo ao mesmo tempo... De te encontrar, na maioria das vezes, vestindo uma camiseta do Botafogo.
Indepentemente de qualquer coisa que você tenha feito, seu coração era imenso e não há quem o tenha conhecido e que possa negar isso.

Não sei se deveria expor coisas assim por aqui, nunca havia feito algo do tipo, mas senti vontade. Tantas coisas em meio a essa tristeza, mas foi preciso.
Como já disse outras vezes, isto aqui não é público, tão pouco privado. É meu reservatório, meu livro aberto e lê quem quiser. Sem divulgação, sem finalidades, apenas comigo mesma.

Apesar do "bolo" na garganta, das lágrimas e da saudade...
Obrigada, tio.
Onde estiver, tenho certeza que entendeu o "recado".
Incrível como amadurecemos a cada nova situação que a vida nos impõe.
Mais um capítulo começa.





"Botafogo, Botafogo
Campeão desde 1910

És
herói em cada jogo
Botafogo,
Por isso que tu és

E hás de ser

Nosso imenso prazer

[...]

Na estrada dos louros,

Um facho de luz,

Tua estrela solitária

Te conduz"

13 comentários:

  1. Saudades de você... Espero que esteja bem... ;)

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  2. Saudades de você também! Muita!
    Estou bem sim. Um segundo semestre extremamente atribulado, mas suportando firme e, nem sempre, forte! rsrs. Mas tudo bem! E você?

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  3. Entao, quando marcaremos uma cervejinha pra matarmos as saudades??!!!


    Pâm

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  4. Eu tinha escrevido anteriormente pensando que se tratava de bimestre e não semestre, logo, atribuí à faculdade... Hunsf. Minha eterna falta de atenção... Rs. É... Infelizmente, ou felizmente, as circunstâncias são assim... Mas o bom da vida é que nem sempre precisamos ser fortes, somos humanos, ao contrário, deuses. E que graça tem a perfeição? Han? Rs.
    Desejo que consiga superar tudo! Sempre! Com muita garra!
    Um bêjo!

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  5. É impressão minha ou tá rolando um bate-papo no blog alheio? Ein? Hahaha. Rs.

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  6. Valeu, Patricia!
    Mas... tipo assim... ainda acho que a sugestão da Pâm deveria ser considerada! rs.

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  7. É... Tá virando bate-papo... Rs.
    Então, vamos sim, Ana! Mas posso pedir um favor? Rs. Sem dividir a conta da mesa em duas? Hahaha. Marca ae com a Pâm quando vcs puderem e me avise, logo estou formada, só estou terminando as últimas provas! (FINALMENTE!) E ae? Passou em todas as matérias na faculdade e deu aquele orgulho pra mamãe? Hehehe.
    Jão!

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  8. Não entendi! rs.
    Vamos marcar mesmo, quero só ver!
    Ainda tenho prova até semana que vem. hehehehe...
    Bjs.

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  9. No mesmo período que estamos... Final do ano passado na Lagoa, lembra? Rs. Satirizando, apenas... Rs.

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  10. Ah sim, entendi, entendi! rs.
    Dessa vez podemos marcar por aqui mesmo... sem divisões! ;)

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  11. Uhuuuum... Mas pode ser pela Lapa também... À noite... Tem um sambinha que a Pâm falou que é o máximo e disse que ia me convidar... Acho legal essa idéia... E tem o Sal e Pimenta que reformou e boas bocas dizem que o público tá óh... O máximo... Rs. Vamos ver, vamos ver... ;)

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  12. A minha amiga Pâmella falou de um sambinha que é o máximo? UAU! hahaha...

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  13. É, pra você ver... Roda de samba com várias gentes bonitas sambando...
    o.O
    Segundo ela, o pote foi enchido... Rs.
    De quê? De cana. Rsrsrs.
    Até eu fiquei interessada... Rs.
    Bora? Rs.

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